quarta-feira, 6 de julho de 2011

A Partida (Departures)

Direção: Yojiro Takita 

Sinopse: 'A Partida' conta a história de um violoncelista que volta à cidade natal no Japão com sua esposa depois que a orquestra onde toca é dissolvida. Lá, começa a trabalhar como agente funerário e depois de muitas coisas, passa a sentir-se orgulhoso de sua nova profissão, apesar das críticas dos que o rodeiam.

- Vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro de 2009.

Escolhi um filme que não é estreia e nem tampouco se encontra em cartaz. A escolha se deve por ter sido um dos filmes mais significativos em minha vida e gostaria de poder compartilhar com o maior número de pessoas essa experiência fazendo a indicação do mesmo. Um filme que fala sobre respeito, sensibilidade, amor, e ainda sobre as diversas mortes que vivemos. Porém, aqui a morte é abordada com tal respeito e sensibilidade que nos move para além de onde estamos e ainda promove em nós uma reflexão profunda sobre as diversas passagens que vivemos em nossas vidas e não apenas a morte carnal.

O filme desenha sutilmente o rito de passagem da vida para a morte e faz o inverso também, nos trazendo da morte que podemos vivenciar em nós, para a vida que nos chama e quer se mostrar, e nos envolve com sua delicadeza e profundidade. Um filme que aborda ainda o encontro de nós mesmos no sentido de se permitir olhar as nossas questões, de nos permitirmos viver algo novo e ressignificar o velho. Fala sobre o respeito individual e pelo próximo. O grande lance disso tudo, é justamente o fato de que o cuidado todo com a pessoa que morreu, na verdade, é para com quem ficou; para que as pessoas envolvidas no ritual de morte possam ressignificar e seguir suas vidas mesmo depois da perda de alguém querido. O trabalho de elaboração é para os que ficam e não para os que morrem. As Partidas são importantes para nós, para o nosso trilhar, para que possamos elaborar aqui enquanto ainda pudermos seguir. Sugiro que veja o filme apenas se estiver aberto a vivenciar uma experiência profundamente poética e singular.

By Rê Pereira
Renatapereira.psi@gmail.com

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