quarta-feira, 11 de março de 2009

Zero?


Hoje quando acordei pensei sobre o que escreveria no meu próximo texto, então acabei lendo uma frase que me fez refletir sobre muitas coisas e gostaria de falar sobre isso aqui. A frase que me inspirou foi essa:

“Se olharmos para o zero vemos o nada. Mas se olharmos através dele, descobrimos o mundo.” Robert Kaplan

Como posso olhar um zero e descobrir o mundo? Como posso imaginar que um mundo se esconde por trás de um zero? Questões muito simples, desde que estejamos abertos à reflexão.

Posso enxergar tudo àquilo que me permito ver, tudo aquilo que faz sentido pra mim. Quando li o “zero” para representar o nada inicial, pensei em janela, pensei ainda em espaço, vazio, escuro e seria possível pensar em uma infinidade de coisas ainda, porém gostaria de refletir sobre essas que levantei primeiro.

De forma decrescente, falarei primeiro sobre o ESCURO. Palavra que me remete ao nada, porém ao tudo. No escuro se escondem os medos mais profundos de um ser. Lá temos medo de entrar, temos medo de tornar claro aquilo que nos atormenta, aquilo que nos faz sofrer (inconscientemente). Isso vem desde os tempos de criança, pode parecer babaca, infantil, mas sempre foi assim, ainda é e sempre será. As pessoas fogem o tempo todo de sua escuridão, de sua mais profunda verdade, e não digo verdade aqui como VERDADE absoluta, digo no sentido de se esconderem de si mesmas, de tentar esconder, mesmo que inconscientemente, algo que é delas, que faz parte de sua história, a sua verdade.

O VAZIO me faz pensar em “zero”, consequentemente, em nulo e em nada, espaço que não está preenchido e aquilo que é nulo, para mim, não poderá jamais tornar-se algo diferente disso. Porém Kaplan mostra outra coisa, que através de um olhar diferente temos a oportunidade de preencher esse “zero”, de preencher esse vazio, basta querermos e nos permitir. Mas na verdade, não existe esse vazio, não existe “zero”, é preciso você se conhecer e se permitir para encontrar o outro lado, a visão de algo que estava escondido e saber interpretar tudo isso. Você precisa desvendar o VAZIO, o que me levou a pensar em inconsciente, em Freud. Lembrei dos sonhos, das verdades sobre os conteúdos latentes e manifestos, conteúdos recalcados, subjetividade, enfim, uma série de termos e teoria que já li. O VAZIO, de fato, não existe para mim. Acredito numa busca constante, busca por algo que não sei o que é, porém algo que me move que me faz viver e sinto essa necessidade, mas sinto também que as respostas, se não todas, mas a maioria estão dentro de mim e não fora.

O ESPAÇO é aquele lugar onde posso vir a colocar algo que seja legal pra mim, algo que eu goste muito, algo que faça sentido na minha vida. A princípio, quando se pensa em ESPAÇO pode-se dizer que ele é vazio, que ele é receptor, podendo assim negar a possibilidade de já existir algo nesse mesmo ESPAÇO. Ora, para mim não existe ESCURO sem nada, VAZIO sem nada e muito menos ESPAÇO sem nada, não posso desconsiderar o existir anterior. Muito pelo contrário, é justamente nesse conjunto de palavras que se encontram as coisas mais profundas, as coisas mais intensas e até confusas de uma vida inteira. Ali existem conteúdos seus e que podem habitar qualquer espaço que você quiser e permitir.

A JANELA é o novo, a possibilidade de fazer parte daquilo que se vê para além da JANELA. O momento decisivo, pois eu posso até ver o que tenho depois da JANELA, porém não preciso encarar o que vejo, não preciso vivenciar a vida do outro lado da janela. Muitas vezes não tenho coragem para isso. Posso deixar as coisas como estão por preferir não viver a angústia. Tento sufocar pensamentos, sentimentos e tudo aquilo que julgo ruim para mim em algum sentido. Essa escolha em ultrapassar a JANELA ou não, muitas vezes é totalmente inconsciente, é uma maneira de tentar não entrar em contato com o desejo, com a vontade, acabando assim, por não entrar em contato com você mesmo.

O saber olhar é algo muito importante, algo determinante. Posso encarar a vida como uma brincadeira e somente viver sem nenhum compromisso comigo, ou posso tentar compreender algumas coisas que fazem de mim um ser que pode pensar e refletir sobre a condição humana, consequentemente, sobre a minha condição. Somos cheios de virtudes e com elas podemos tentar melhorar a nossa visão de mundo, visão de homem e com isso olhar para fora, porque é importante ver e perceber o que acontece por aqui, porém mais importante ainda é poder olhar para dentro de si e saber o que acontece com você, porque só assim poderá ser uma pessoa diferente, e só assim poderá ultrapassar a JANELA.

Resumindo esse assunto, ao ler esta outra frase do meu amigo Nietzsche quando ele fala em “ovos de ouro” fiquei a pensar que esses ovos seriam justamente as descobertas que fazemos durante nossa vida, sendo tudo aquilo que aproveito no mundo, para o mundo e posso trocar com o OUTRO diante de qualquer situação e isso para mim acaba falando muito sobre a nossa subjetividade.

“... O que eu amo é uma virtude terrena, pouca prudência há nela e também não possui muito da razão universal. Esse pássaro, porém, construiu seu ninho em mim. Por isso o amo e o aperto em meu peito. Agora incuba em mim seus ovos de ouro.” Nietzsche.


Bye

sábado, 7 de março de 2009

Caos, Frenesi & Ilusão

Bom, por que exatamente fazer um blog a essa altura do campeonato??? rsrs Também não sei e as coisas não precisam ter tanta explicação assim, porém pensando agora sobre isso, acredito que decidi fazê-lo porque escrever sempre foi algo que gostei muito e há um tempão não o fazia... Agora quero fazer com um pouco de excelência... rs


Vou explicar o título do blog: "Caos, frenesi & Ilusão". Esse título que mais parece confusão, é um conjunto de acontecimentos, sentimentos e sensações que percebo e que você também é capaz de perceber, basta querer ver. Tudo é uma questão de ponto de vista e também de se permitir enxergar novos horizontes, novas vidas, novas pessoas e não se enganar com coisas fúteis e sem tanta importância. O homem é um ser em constante transformação e conflito, sem esse conflito é impossível viver (caos). Somos pegos por sentimentos de delírio, desvario, excitação ou até mesmo agitação e com isso passamos a olhar as coisas de forma diferente, existe aí uma transformação, uma resignificação de coisas que nos fazem 'feliz' (frenesi). Aí então percebemos algumas coisas que não parecem reais, que não parecem fazer parte, mas ao mesmo tempo fazem parte e isso é nítido aos nossos olhos, é uma confusão... Damos importância à coisas que não mudam nossa vida em nada, mas que por fazerem todo o sentido, nos iludimos, nos permitimos... E isso acontece em diversos campos... Agora falo do AMOR... O amor é uma grande ilusão, mas a vida também é... Só que defendo essas ilusões porque nos fazem ser quem somos e viver a nossa vida de forma mais intensa e também faz com que enxerguemos algum sentido para a vida em si, a ilusão não necessariamente é ruim, ela vem em muitos sentidos nos salvar do 'mundo cruel' (ilusão).


Resumindo, "É preciso ter caos e frenesi dentro de si para dar à luz uma estrela dançante." do meu amigo Nietzsche... rsrs

E assim, sinto hoje que comecei uma nova etapa da minha vida... Que coisa rs...
E como tudo anda e não pode parar, estarei aqui postando o meu caminhar.
Dessa forma, é sempre tempo de ir!!!

Bye